-
Orçamento para 2018 empurra Brasil ao caos, diz diretor do Diap
19.09.17
-
Magnus Farkatt e Clemente Ganz analisam impacto da reforma trabalhista no sindicalismo
19.09.17
-
Para especialistas existe relação direta entre estabilidade no emprego e produtividade
19.09.17
-
Em todos os momentos, o MPF de Rodrigo Janot foi conduzido pela mídia
Na ciência política trata-se como populista o político que toma uma série de decisões imprudentes com o objetivo único de contentar os eleitores de imediato, sem avaliar as consequências futuras.
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, enquadra-se nesse arquétipo. E as homenagens que vêm recebendo da categoria demonstram que os procuradores também se enquadram em uma categoria sociológica especial: a da massa concursada. Isto é, pessoas supostamente bem formadas, mas sem capacidade interna de definir seu rumo e, portanto, com uma autodeterminação enganosa, seguindo movimentos de massa.
No período Janot, uma enorme cegueira coletiva, um deslumbramento irresponsável os tirou da categoria de servidores públicos para transformá-los em ilusórios condutores de povos, membros de uma classe social ascendente, com plena autonomia para exercer o poder na sua forma mais tosca, como autênticos meganhas do direito.
Uma corporação desinformada até a medula ajudou a destruir a engenharia nacional, a liquidar com as principais empresas, a aprofundar o desemprego e a recessão e a colocar no poder a mais deletéria quadrilha política da história. Pior: acreditando piamente que estavam fornecendo as bases para uma nova economia, mais saudável e forte. E vangloriando-se de serem elogiados em centros econômicos, justamente os principais beneficiários dessa blitzkrieg em cima das empresas nacionais.
Ah, no undécimo minuto o bravo Janot denunciou Temer, Padilha! Maravilha! Esqueçam esses ratos e concentrem-se nos resultados finais dessa conspiração. Mais à frente provavelmente todos serão presos. Mas a destruição processada se eternizará, na montagem das maiores negociatas da história.
A única serventia desse grupo era a destruição do Estado brasileiro, o comprometimento por 20 anos do orçamento público, a queima de estatais, algumas essenciais para o desenvolvimento brasileiro, a destruição das leis ambientais. Depois do desmonte feito, qual a utilidade de manda-los à prisão?
Em todos os momentos, o MPF de Janot foi conduzido pela mídia. Quer pegar Lula? Bata bumbo em sua direção que o MPF irá atrás. Quer poupar Aécio? Visite Rodrigo Janot na véspera da primeira lista ser entregue ao STF e ele concordará, porque até então a mídia o tratava como seu menino de ouro. A JBS gravou familiares do Aécio sem pedir autorização e a mídia dá sinais de que deserdou Aécio? Então lance-se Aécio na lista dos perdidos em batalha, porque também Janot não é de ferro.
A bazófia da valentia sem risco
Enfrentando o governo mais despreparado da história, procuradores foram acometidos inesperadamente de enorme valentia, a valentia de tirar doce de criança, não a do colega que enfrentou a máfia da mandioca, do que processou o deputado da motosserra, dos primeiros que ousaram enfrentar o caso Banestado ou mesmo da procuradora que teve a suscetibilidade ferida por Lula, mas que em outros tempos enfrentou a barra pesadíssima de Luiz Estevão no caso do Fórum Trabalhista.
Agora, não: é apenas a valentia sem risco, comumente chamada de bazófia.
A falta de comando por parte da PGR, de atitudes por parte do CNMP (Conselho nacional do Ministério Público) e a anomia do governo Dilma gerou esse fenômeno da valentia sem risco, de fazer bonito, inventar qualquer crime para destruir instrumentos preciosos e sair comemorando o gol com uma imprensa irresponsável.
Foi assim que criminalizaram os financiamentos à exportação de serviços, os incentivos fiscais ao Nordeste, renovados com o apoio de todas as lideranças da oposição, a diplomacia brasileira na África e até o fato de um presidente da República defender o interesse de uma empresa brasileira junto a governantes estrangeiros. Bastou uma frase de um obscuro procurador de Curitiba, embalado no sucesso da Lava Jato, para atrasar os acordos de leniência até que as empreiteiras brasileiras estivessem destruídas.
A tudo Janot assistia sem exercer nenhum tipo de liderança, indo a reboque dos acontecimentos. E foi essa anomia que entusiasmou a corporação. Janot é o primeiro caso de Procurador Geral saudado pela corporação pela falta de ação. Tem o mesmo simbolismo de uma tropa do Exército saudando o sargento por não a incomodar com palavras de ordem.
Tolos, mil vezes tolos e irresponsáveis!
A herança maldita de Janot
A herança de Janot são centenas de processos mal instruídos, baseados em delações, a maioria das quais não se sustenta em pé. O completo amadorismo fez com que, em Brasilia e no Paraná, se saíssem atrás de recordes mundiais: a maior operação anticorrupção do planeta!; a operação que é elogiado pelos países desenvolvidos!; número recorde de delações premiadas!, sem um pingo de preocupação com a consistência das denúncias.
Só esse amadorismo deslumbrado para explicar a delação de 170 executivos da Odebrecht, sem aprofundar nenhuma, permitindo inclusive que os advogados de defesa explorem as versões conflitantes.
Estimulados pela falta de comando de Janot, pela irresponsabilidade constitucional de Ministros do STF, como Luís Roberto Barroso, de diversos cantos do pais espocou a face mais tenebrosa do MPF, inclusive nos aspectos morais. Procuradores pretendendo proibir manifestações em universidades, alinhando-se com a Escola Sem Partido, investindo contra a liberdade de pensamento, obscurecendo o trabalho meritório de colegas que militam pela civilização e, por isso mesmo, não recebem a mesma atenção da mídia.
Enquanto isto, a corrupção do futebol brasileiro era desvendada por procuradores espanhóis e pelo FBI pela conivência e falta de coragem do bravo MPF brasileiro.
Agora, acabou a unanimidade em torno da Lava Jato.
A nova PGR, Raquel Dodge, assumirá precisando limpar a sujeira deixada pela equipe anterior. Cada processo mal fundamentado cairá na sua conta, não na de Janot. Cada delação insubsistente não aceita será mostrada não como exemplo da incompetência de Janot, mas da falta de vontade política de Raquel. Cada punição a vazamentos será tratada como censura ao livre pensamento de irresponsáveis. Cada tentativa de enquadrar os processos nos limites da lei, uma concessão ao inimigo.
E, nos demais poderes, a unanimidade posta, independentemente de quem vencer as próximas eleições: a convicção de que o Ministério Público Federal definitivamente se tornou uma ameaça às instituições, comprometendo o trabalho essencial realizado pela minoria responsável da corporação.
Fonte: RBA
18.09.17
-
Para sobreviver, Temer aposta na ‘retomada’ da economia. Mas… que retomada?
Com a popularidade em baixíssimos níveis, o governo de Michel Temer aposta em parcos sinais de recuperação da economia, que apontariam para a superação do atual quadro de recessão, para assim se manter no poder. No mercado financeiro, o cenário é de aparente euforia, com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), registrando sucessivos recordes nesta semana. Apenas na quinta-feira (14), já sob impacto da nova denúncia apresentada contra o presidente, o índice fechou com leve queda.
A elevação de 0,2% no PIB no segundo trimestre, em relação aos três meses anteriores, a queda na inflação e a redução da taxa de juros são alardeadas pela equipe econômica, bem como a leve queda no desemprego, como conquistas do atual governo, a ponto de a candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, à presidência ter sido anunciada pelo seu partido, o PSD.
Contudo, os números comemorados pelo mercado e pelo governo parecem distantes do dia a dia das pessoas e tendem a se chocar com a realidade. Outros indicadores apresentados por economistas ouvidos pela RBA apontam para um longo caminho até uma retomada sustentável da economia, e confirmam que o atual projeto de desenvolvimento é concentrador e excludente, o que explica a comemoração por parte de alguns segmentos.
Para a coordenadora de Pesquisas e Tecnologia do Dieese, Patrícia Pelatieri, após uma sequência de quedas desde o final de 2014, a alta no PIB se relaciona com “fatores não recorrentes”, como a a liberação das contas inativas do FGTS, que impactaram positivamente no consumo das famílias no último trimestre, mas tendem a não se repetir nos próximos períodos, o que impossibilita falar em uma retomada consistente.
“Não conseguimos ver nesses indicadores indícios de uma retomada. Quando se olha nos últimos 12 meses, o PIB está em queda (-1,4%). É verdade que houve um arrefecimento dessa queda. Podemos dizer que, estatisticamente, tem ocorrido uma diminuição no ritmo de deterioração da economia brasileira, mas isso é muito diferente de dizer que estamos retomando o crescimento”, afirma Pelatieri.
Para o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Guilherme Mello, não existem elementos que possibilitem falar em tendência sustentada da retomada de crescimento. Segundo ele, o cenário atual é de “semi-estagnação”.
“Essa euforia está muito mais na televisão do que na população, que continua desconfiada, continua contra as reformas do governo, contra o governo, e, em sua maioria, continua apoiando um candidato da oposição, mesmo com todo o massacre”, afirma Mello.
Além dos “fatores não recorrentes”, Mello destaca o cenário externo favorável, com excesso de oferta de crédito na economia mundial e uma série de países adotando taxas de juros muito baixas ou até negativas em alguns casos. “Esses capitais internacionais vão procurar lugares onde a rentabilidade é maior. O Brasil oferece rentabilidade altíssima, porque ainda tem juros muito elevados na comparação internacional”, diz o economista.
Para poucos
Ambos os economistas destacaram que esse modelo adotado pelo governo Temer já vem produzindo consequências como o crescimento da concentração de renda. Levantamento realizado por uma consultoria de mercado, publicado pelo jornal Valor Econômico, nesta semana, revelou que a renda dos mais ricos registrou crescimento de dois dígitos, enquanto a classe média ainda patina, e os mais pobres ainda seguem com perdas, durante o primeiro semestre de 2017.
Enquanto a massa salarial da classe A cresceu 10,3%, a renda das classes B (+0,69%) e C (+1,06%) cresceu menos. Já as classes D e E apresentaram perdas de 3,5%, no período. “É o projeto neoliberal da década de 1990, em sua forma mais pura e radical. Essa pequeníssima retomada, quem mais ganhou foram as classes mais altas. Não é acidental”, diz o professor.
“O mercado financeiro nunca esteve colado ao mundo real. Pelo contrário, ele especula. O mercado não está preocupado com o que será do país no futuro, mas apenas em se reproduzir e concentrar ainda mais a riqueza. Não está preocupado com o futuro do país, inclusive porque o capital financeiro não tem nacionalidade, não pensa em um projeto de nação”, opina a economista do Dieese.
Euforia na Bolsa
É a atração desse capital especulativo que explica, em parte, a excitação que toma conta do mercado financeiro. Segundo os economistas, outro componente importante é o amplo projeto de privatização anunciado pelo governo, que garantiria oportunidades de “ganhos extraordinários” para o capital privado ao se apropriar do patrimônio público.
Segundo Mello, a arrancada da Bolsa na segunda-feira, após a prisão Joesley Batista, um dos donos da JBS, faz parte de uma visão simplista por parte dos operadores do mercado, que acreditam que dessa maneira o governo sairia fortalecido para levar adiante a sua agenda privatista e liberalizante.
“É apenas uma mera ilusão acreditar que o Brasil do Ibovespa tem a ver com o Brasil real. Na verdade, o Ibovespa reflete expectativa de ganhos financeiros que, em muitas vezes, não tem a ver diretamente com a expectativa de lucratividade da empresa, mas sim com a valorização dos papeis”, diz Mello.
“Temos, por exemplo, a Petrobras diminuindo de tamanho, reduzindo a produção, cortando empregos, mas se valorizando muito na Bolsa, porque está vendendo ativos, se capitalizando e, portanto, as ações se valorizam. Enquanto isso, o impacto na economia real é desemprego, queda na produção”, explica.
O economista da Unicamp sustenta ainda que, como não bastasse o enorme pacote de ativos posto à venda pelo governo, há uma briga para ver quem agrada mais ao mercado. “Se Meirelles prometeu vender a Casa da Moeda, Doria promete vender a Petrobras. Isso atrai as atenções do mercado.”
Juros
Mesmo com o último corte de um ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 8,25% ao ano, a taxa de juros real, quando descontada a inflação do período – 2,46% de acordo com o IPCA –, alcança o patamar de 6% ao ano, e segue como uma das maiores do mundo. Com uma queda ainda insuficiente, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, já anuncia redução na velocidade dos cortes, de modo a não comprometer a lucratividade do setor financeiro.
“O governo tem compromissos com o ganho do capital. A política monetária está muito casada com o projeto de desenvolvimento. O que nós vemos é um projeto de desnacionalização, venda de patrimônio, de entrega de todos os instrumentos básicos para o desenvolvimento, e a manutenção dos ganhos do capital. Tudo isso serve a um projeto que, certamente, não é um projeto nacional, mas sim absolutamente excludente e concentrador. É um projeto em que não cabem todos os brasileiros”, analisa a pesquisadora do Dieese.
Desemprego
A queda no desemprego também é relativizada pela economista. Patrícia destaca que a redução de 13,6% para 12,8%, segundo o IBGE, se deu em função do crescimento da informalidade, e que habitualmente, a taxa de desocupação apresenta recuo no segundo trimestre do ano. Os empregos com carteira ficaram estáveis, e a redução se deveu ao aumento das contratações sem registro e dos trabalhadores autônomos.
“O que estamos vendo é que esse desemprego é persistente e de longa duração”, diz a economista. Estudo realizado em parceria entre a Fundação Seade e o Dieese revelou que a busca por emprego, em São Paulo, dura em média 43 semanas. Em Salvador, a procura por recolocação pode levar mais de um ano. Patrícia destaca que, por conta dessa longa duração, muitas pessoas desistem de buscar uma ocupação, o que pode ter reflexos no índice de desemprego.
Para que exista uma reação mais robusta do emprego, é necessário investimento, o que não vem ocorrendo, frisam os economistas. No mesmo índice do IBGE que registrou o avanço do PIB, a formação bruta de capital fixo (investimento das empresas) registrou queda de 0,7.
“O emprego e a renda sempre reagem depois, pois tem um tempo de maturação dos investimentos. Mas se nós não conseguimos enxergar uma retomada dos investimentos, então, a do emprego fica ainda mais distante. Não tem como melhorar o mercado de trabalho e a renda se não tiver crescimento substancial. Pode até ter crescimento econômico sem emprego, mas não o contrário”, conclui Patrícia.
Fonte: RBA
18.09.17
-
Deputados avaliam impacto de nova denúncia contra Michel Temer
18.09.17
-
Dodge toma posse e dará 30 dias para saída do grupo de Janot
18.09.17
-
IBGE: Serviços caem 0,8% em julho. No ano, queda é de 4%
O volume de serviços no país caiu 0,8% na comparação entre os meses de julho e junho deste ano. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma queda de 3,2% no setor, na comparação com julho do ano passado. Houve também recuos de 4% no acumulado do ano e de 4,6% no período dos últimos 12 meses.
Na passagem de junho para julho, o único setor que registrou alta foi o de serviços prestados às famílias, que cresceu 0,9%, puxado pelos serviços com alojamento e alimentação, com alta de 1,4%.
Cinco dos seis segmentos dos serviços apresentaram queda no volume: outros serviços (-2,8%), atividades turísticas (-2,1%), serviços profissionais, administrativos e complementares (-2%), serviços de transportes, auxiliares de transportes e correios (-0,9%) e serviços de informação e comunicação (-0,8%).
Regionalmente, as maiores retrações no setor de serviços foram registradas no Mato Grosso (-7,0%), Espírito Santo (-6,0%) e Tocantins (-5,3%). Rondônia (2,0%), Mato Grosso do Sul (0,8%), Amazonas (0,8%), Goiás (0,7%) e Rio Grande do Norte (0,7%) registraram leves altas.
Fonte: RBA
18.09.17
-
CTB realiza Encontro com Lideranças Sindicais e debate inconstitucionalidades da reforma
As inconstitucionalidades da Reforma Trabalhista e suas consequências para o movimento sindical são tema de debate no “Encontro de Lideranças Sindicais” que acontecerá na próxima segunda-feira (18), a partir das 9h, na sede própria da CTB (Rua Cardoso de Almeida, 1843 – Sumaré), na cidade de São Paulo.
O evento, que reúne lideranças sindicais de diversas regiões do país, tem como objetivo refletir sobre as consequências da reforma trabalhista para os sindicatos e as saídas para a sustentabilidade das entidades, frontalmente atacadas pela nova regra.
A programação da atividade conta com a participação do deputado federal e presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, Orlando Silva (PCdoB/SP); assessor jurídico da CTB e especialista em direito do trabalho, Drº.Magnus Farkatt; a advogada trabalhista e sindical, e membro do corpo técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Drª. Zilmara Alencar; e o Drº. Eymard Loguércio, especialista em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP).
Programação
18 de Setembro
9 horas- Abertura
9h30 – Sustentabilidade e Custeio do Movimento Sindical
Palestrante: Drª. Zilmara Alencar10h30 horas – Conjuntura e os efeitos da Reforma Trabalhista
Palestrante – Deputado Federal Orlando Silva12h30 – Almoço
14 horas – Reforma Trabalhista e suas Consequências para o Movimento Sindical
Palestrante: Drº. Magnus Farkatt15 horas – Inconstitucionalidades da Reforma Trabalhista
Palestrante: Drº. Eymard Loguércio17h – Encerramento
Mais informações
A CTB informa que as vagas são limitadas e que os interessados devem entrar em contato através do e-mail: presidencia@portalctb.org.br.
Serviço:
“Encontro de Lideranças Sindicais”
Dia 18 de Setembro de 2017, a partir das 9 horas
Local: Sede própria da CTB (Rua Cardoso de Almeida, 1843 – Sumaré – São Paulo).Fonte: Portal CTB
18.09.17
-
Movimentos sociais realizam ato de apoio a Lula nesta quarta (13)
O ex-presidente Lula e o juiz Sergio Moro se encontrarão novamente nesta quarta-feira (13), às 14h, em Curitiba, em função da ação penal na qual o petista é acusado de receber propina da Odebrecht. Em apoio ao ex-presidente, a Frente Brasil Popular realizará um ato a partir das 15h, na Praça Generoso Marques, no centro da capital paranaense.
“Eles só querem inviabilizar a candidatura de Lula pois sabem que, se Lula concorrer, irá se eleger presidente, por vontade do povo. Portanto, eles querem criminalizá-lo em um processo arbitrário e sem provas. Ele tem direito de ser candidato. Eleição sem ele é fraude”, afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas, em sua conta no Twitter.
A segunda “Jornada de Luta pela Democracia” terá mais dois eventos que estão previstos na programação. Às 16h30, será realizada uma aula pública sobre os métodos utilizados pela Operação Lava Jato. A atividade terá a presença do ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, do sociólogo Emir Sader e do senador Roberto Requião (PMDB-PR), entre outras lideranças políticas.
Na sequência, haverá novo lançamento do livro Comentários a Uma Sentença Anunciada: O Processo Lula, publicado pelo Projeto Editorial Práxis. A obra, organizada por juristas, traz argumentos técnicos relativos à primeira sentença de Sergio Moro contra o ex-presidente.
Já por volta das 18h começa o ato político que deve contar com a presença de Lula.
O primeiro depoimento de Lula a Moro ocorreu em maio deste ano, no âmbito da ação penal em que era acusado de receber um apartamento da OAS. Na ocasião, cerca de 50 mil pessoas compareceram à capital paranaense.
Fonte: RBA
13.09.17
-
Audiência na Câmara nesta quarta denuncia privatizações de Temer
13.09.17
-
“Sem uma boa formação não existe movimento sindical de qualidade”, diz Ronaldo Leite
13.09.17
-
Reforma trabalhista acentua “fosso” salarial entre sindicalizados e não sindicalizados, diz Ipea
13.09.17
-
CCJ analisa na quarta voto distrital e demissão de servidor público
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) pode votar na quarta-feira (13) propostas que alteram o sistema eleitoral, com a adoção do voto distrital, e o sistema de governo no país, instituindo o parlamentarismo. Também está na pauta projeto que trata da demissão de servidor público estável por insuficiência de desempenho.
Voto distrital
De acordo com o projeto (PLS 86/2017) do senador José Serra (PSDB-SP), o voto distrital será aplicado às eleições para a Câmara dos Deputados, à Câmara Legislativa (DF), às assembleias legislativas e às câmaras municipais.
Pelo projeto, o país seja dividido em distritos eleitorais, onde o eleitor votará duas vezes: uma delas para eleger um representante do distrito e outra para o partido de sua preferência. Como representante distrital, será eleito o candidato que tiver obtido a maioria relativa dos votos válidos. Outra parte das vagas será preenchida conforme o desempenho de cada partido.
Ao justificar a proposta, Serra faz referência ao declínio de legitimidade do sistema político e partidário. Salienta que o mais grave problema é o atual modelo eleitoral, baseado em imensos distritos – os estados – em que os candidatos disputam votos nas mais diferentes regiões, o que faz com que seja fraca a identificação dos eleitores com seus representantes.
O relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG), defende a aprovação do projeto com cinco emendas, uma delas para eliminar a figura do suplente para os candidatos que disputam eleições para cada casa legislativa. Outra estabelece que o voto distrital misto nas eleições para vereador será restrito aos municípios com mais de 200 mil eleitores.
O projeto de Serra terá votação terminativa na CCJ, podendo seguir diretamente para análise na Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso de senadores para que a decisão final no Senado seja em Plenário.
Emendas constitucionais
Outra matéria também institui o sistema eleitoral misto, mas por meio de proposta de emenda à Constituição: a PEC 61/2007, do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Tramitam em conjunto duas outras PECs, uma delas a 90/2011, do senador licenciado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que estabelece sistema apenas majoritário nas eleições para a Câmara dos Deputados, mas mediante a divisão dos estados em distritos de votação.
Pela proposta de Aloysio Nunes, o mesmo sistema seria aplicado nas eleições para deputados estaduais, deputados distritais (DF) e vereadores, mas o texto atribui à casa legislativa de cada ente e esfera a delimitação da área dos distritos. A PEC 9/2015, do senador Reguffe (sem partido-DF), também institui do voto distrital puro no Brasil. O relator das três propostas, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), defende a aprovação da PEC 61/2007, de Valadares, na forma de um texto substitutivo.
Parlamentarismo
A PEC 102/2015, de Valadares, que propõe a adoção do parlamentarismo no Brasil, também consta da pauta . Para o autor, o parlamentarismo favorecerá a resolução dos quadros de crises sem colocar em risco a estabilidade das instituições, já que o modelo tem regras mais flexíveis para a destituição do governo.
A PEC estabelece que o novo regime só será implantado após a sua aprovação em referendo e a partir da posse do presidente da República eleito após a realização da consulta popular. O relator da PEC, senador Roberto Rocha (PSB-MA), propõe a aprovação da matéria na forma de um substitutivo.
Servidores públicos
Também está na pauta da CCJ projeto de lei (PLS 116/2017 – Complementar) da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-RN) que trata da demissão de servidor público estável por insuficiência de desempenho. A matéria regulamenta dispositivo do artigo 41, da Constituição, criado pela Emenda Constitucional 19, de 1998. O relator, senador Lasier Martins (PSD-RS), recomenda a aprovação do projeto na forma de um substitutivo.
Durante o estágio probatório, de até três anos, já é possível a dispensa de servidor concursado por mau desempenho. De acordo com o projeto agora em análise, a demissão por insuficiência de desempenho poderá ocorrer a qualquer tempo da vida funcional. A medida deverá ser seguida não só pela administração pública federal, mas também estadual, distrital e municipal.
Maioridade penal
A redução da maioridade penal é tema de quatro propostas de emenda à Constituição que tramitam em conjunto na CCJ. Uma delas é a PEC 33/2012 do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que abre a possibilidade de punição de menores de 18 anos e maiores de 16 anos pela prática de crimes graves.
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da matéria, apresentou um substitutivo pela aprovação do texto de Aloysio e rejeição das outras três propostas – as PECs 74/2011, do senador Acir Gurgacz (PDT-RO);21/2013, de Alvaro Dias (Pode-PR); e 115/2015, da Câmara dos Deputados.
Para Ferraço, a proposta de Aloysio estabelece solução “tanto racional quanto ponderada” para o problema da delinquência juvenil, mas ainda assim era necessário ajustar o texto. O relator detalha os crimes graves envolvendo menores que podem ser alvo do chamado “incidente de desconsideração da inimputabilidade penal”.
Além dos crimes hediondos listados na Lei 8.072/1990, a redução da maioridade seria cabível na prática de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte e reincidência em roubo qualificado. Ao contrário do que estabelecia a proposta de Aloysio Nunes, o relator decidiu excluir desse rol o crime de tráfico de drogas.
Liberdade antecipada
Também integra a pauta da CCJ projeto altera a Lei de Execução Penal (Lei 7.210 de 1984) com objetivo de evitar a superlotação nos presídios.
De autoria do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o PLS 513/2013 estabelece que, toda vez que o estabelecimento penal atingir sua capacidade máxima, deve ser realizado mutirão para verificar a situação dos presos e eventuais liberações. Se, ainda assim, a lotação não for normalizada, o detento que estiver mais próximo de cumprir a pena terá a liberdade antecipada.
A capacidade máxima de cada unidade será determinada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. A proposta determina, no entanto, que os condenados sejam alojados em celas com capacidade para até oito pessoas, aparelhadas com camas, vaso sanitário e lavatório. O texto também institui a progressão automática de regime para presos com bom comportamento que tiverem cumprido ao menos 1/6 da pena no regime anterior.
O relator da matéria é o senador Jader Barbalho, que ainda não divulgou o seu voto.
Fonte: Agência Senado
12.09.17
-
Reforma trabalhista será aplicada à luz de direitos constitucionais, diz ministra do TST
Maior alteração da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde sua criação, a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17), que passará a valer no dia 11 de novembro, poderá não ser aplicada exatamente como foi aprovada. Magistrados, procuradores e advogados afirmaram durante audiência pública promovida nesta segunda-feira (11) pela Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho que a norma está contaminada por inúmeras inconstitucionalidades e retrocessos.
Como a reforma trabalhista é uma lei ordinária, magistrados afirmam que ela não poderá se sobrepor aos direitos e garantias assegurados pela Constituição nem tampouco violar convenções globais das quais o Brasil é signatário. Entre os pontos considerados inconstitucionais, está a prevalência do negociado sobre o legislado, princípio central da reforma, que contrariaria o artigo 7º da Constituição Federal na avaliação de participantes do debate.
— Fizemos um juramento de julgar e vamos aplicar a lei ordinária que aprovou a reforma trabalhista, mas não vamos aplicá-la isoladamente. É uma lei trabalhista que se insere à luz da proteção constitucional e à luz da legislação internacional – afirmou a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Delaíde Arantes.
Pressa
Apresentado em dezembro pelo governo federal, o projeto de reforma levou sete meses para virar lei. Por se tratar de um tema complexo, a reforma trabalhista deveria ter passado por um debate mais amplo na opinião dos participantes do debate. O texto sofreu mudanças na Câmara dos Deputados, mas não foi modificado no Senado após um acordo com o Palácio do Planalto. Em carta lida pelo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente Michel Temer comprometeu-se a editar uma medida provisória para modificar alguns pontos da reforma, como a questão que envolve a não obrigatoriedade do imposto sindical e a permissão do trabalho de gestantes e lactantes em condições insalubres.
— Um projeto como esse não pode prescindir de um debate amplo. Não é admissível que tenhamos um rito legislativo como nós tivemos nesta Casa – criticou o advogado trabalhista Luis Carlos Moro.
O senador Paulo Paim (PT-RS), que conduziu a reunião, e a presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senadora Regina Sousa (PT-PI), queixaram-se da pressa com que a base governista levou o projeto à votação na Casa.
Retrocessos
O procurador do Trabalho, Helder Amorim, condenou a possibilidade de trabalhadores e empregadores negociarem livre e diretamente seus interesses, de modo que a Justiça do trabalho não possa anular acordos. Segundo Amorim, o “negociado sobre o legislado” ignora que o trabalhador é hipossuficiente, ou seja, é mais frágil nas relações de trabalho:
— Trata-se de uma reforma que pode ser exterminadora dos direitos dos trabalhadores. São direitos que foram conquistados no longo processo histórico de afirmação dos direitos coletivos – argumentou.
Para Gabriela Delgado, professora da Universidade de Brasília (UnB), é um mito afirmar que a reforma promoverá a modernização da legislação trabalhista.
— É uma grande falácia. Como se a autonomia da vontade dos contratos individuais pudesse garantir uma posição de maior proteção ao trabalhador – afirmou.
Maximiliano Nagl Garcez, diretor para Assuntos Legislativos da Associação Latino Americana de Advogados Laboralistas, disse que o trabalhador, sem uma proteção minimamente adequada, será transformado em mercadoria durante o tempo de trabalho.
Fonte: Agência Senado
12.09.17
-
Fórum Sindical mobiliza para ampliar pressão nas bases contra reformas
12.09.17
-
Enfraquecimento do BNDES compromete a indústria e a identidade nacionais, diz Lessa
O governo de Michel Temer (PMDB), modificou as taxas de juros cobradas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aproximando os novos patamares aos praticados pelo mercado privado.
Sobre o tema, o Brasil de Fato conversou com Para Carlos Lessa, economista carioca que presidiu o banco entre 2003 e 2004 no primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o discurso e a orientação neoliberal do banco fazem dele uma instituição colocada à disposição pelo governo.
Discípulo de Celso Furtado, aos 81 anos de idade Lessa permanece convicto na possibilidade de o Brasil se tornar um país desenvolvido econômica e socialmente. No entanto, ele afirma que as condições atuais para a concretização desse sonho são adversas: “estamos vivendo um momento de perda de identidade nacional”.
Confira a entrevista:
Muitos dizem que a mudança nas taxas de juros do BNDES (de TJLP para TLP) enfraquecem o diferencial com o mercado privado e ataca a própria razão de o banco existir. O senhor concorda?
Basicamente é isso. Um banco de desenvolvimento é um banco que, tendo uma visão de futuro, aproxima essa visão do real mediante linhas de crédito favorecidas a quem avança naquela direção. Na verdade, é um construtor de futuros. É fundamental para isso ter algum elemento básico para atração do investimento privado. O setor público pode inclusive assumir um pedaço do risco, subscrevendo um pedaço do capital da futura empresa.
São procedimentos que criam, para quem acessa eles, condições para realizar os investimentos que materializam a proposta de desenvolvimento que o país tem. A premissa principal, portanto, é que deve existir uma proposta de desenvolvimento. Deve existir um projeto nacional. Se não existe, o banco pode construir uma hipótese de projeto nacional. Aliás, o BNDES o fez mais de uma vez ao longo de sua trajetória. Porém, o único modo de exercitar esse projeto é tendo a possibilidade de criar um elemento diferencial a favor de quem materializa o projeto.
Dando um passo atrás: por que não deixar o desenvolvimento para os bancos de investimento privados?
Como o processo de desenvolvimento industrial não é um projeto isolado de uma empresa, o banco, ao assumir o compromisso de desenvolver um conjunto de empresas, cria, ao mesmo tempo, um conjunto de mercados futuros. Por isso, tão importante quanto dispor da possibilidade de dar uma ‘voltagem’ a quem acolhe a diretiva, é a necessidade da concretude adjetiva, fazendo com que um conjunto de protagonistas a assuma. Essa é a capacidade diretiva do banco de desenvolvimento, que por definição não é um banco de investimento.
O banco de investimento, pelo contrário, recebe empresas que já tomaram suas decisões e que vão verificar qual melhor modalidade para materializá-las. O que o banco de investimento faz é combinar as necessidades possíveis que podem ser atendidas e como podem ser atendidas, para que a trajetória já determinada se realize. Banco de investimento dá concretude a decisão microeconômica. Banco de desenvolvimento cria realidade macroeconômica, por isso ele é fundamental para um país que está na periferia.
O papel que cumpre o BNDES para o Brasil é chave para o processo de transformação produtiva do país. Aqueles que estão achando que é possível acabar com o BNDES devem responder uma pergunta: o Brasil já está desenvolvido?
O BNDES passou por uma reorientação nos anos 80 e, principalmente, 90. Promoveu privatizações. É possível comparar o atual momento do banco com aquelas duas décadas?
O que hoje o Banco está passando eu tenho muita dificuldade de perceber. Eu acho que ele está atravessando um período de enorme vulnerabilidade, porque o discurso e a orientação neoliberal fazem dele uma instituição colocada em disponibilidade. Curiosamente, eu não vejo o setor privado se mover para protegê-lo.
Ainda é possível um projeto que combine capital produtivo e trabalho?
Em todas as sociedades de ponta, países desenvolvidos, a inserção do trabalho se deu dentro das possibilidades e potencialidades da economia em movimento. Houve um momento em que a chamada socialdemocracia passou a ser a orientadora do destino de grande parte do destino das economias de ponta do planeta.
Hoje, eu diria que ideologicamente esta posição está enfraquecida. Eu não sei exatamente a razão, mas eu diria que teria que ser procurada em certas transformações que o mundo vem passando. Uma delas, sem dúvida, é o crescente peso e poder de decisão dos negócios externos, extranacionais. Não vou dizer internacionais, vou dizer que não são ligados ao território nacional. Isso daí vem crescendo em velocidade e intensidade que objetivamente colocaram de lado, nos países que já ocupam posições fortes, a ideia de desenvolvimento.
O consenso de Washington declara que o desenvolvimento só é possível com as regras pré-keynesianas, ou seja, mínima intervenção do Estado, principalmente no que diz respeito aos fluxos de gasto. A chamada minimização do gasto público. Essa ‘sugestão’ está por trás da orientação de instituições como Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, impondo aos países periféricos condições que os afastam de seus projetos de desenvolvimento.
Mas cabe a quem a elaboração desse projeto nacional, se nem mesmo os setores do capital teriam interesse…?
A briga não é pelo futuro, é pelo presente que cada empresa pode conquistar. Claro que, para isso, ela acaba tomando decisões relativas ao seu futuro. (Se) a sociedade nacional não tem um projeto claro, o que acontece é que a decisão da empresa vai ser a decisão que melhor tiver sucesso na perspectiva de preservar seu próprio mercado e eventualmente crescer no mercado de outros. Essa lógica pode estar subordinada a um projeto de nação ou não. O que o neoliberalismo diz é que a nação emerge como figura derivada do jogo das empresas, o que não é verdade.
Continua a questão: quem elabora o projeto nacional?
Historicamente, os atores ideológicos do desenvolvimento brasileiro não foram empresários, com exceção talvez de uma figura como Roberto Simonsen. Em sua maioria, vieram de quadros do setor público. Foram projetos que se desenvolveram na ideia de que seria possível construir uma nação nos trópicos.
Diante de algumas tentativas interrompidas, o senhor ainda guarda o sonho da superação do subdesenvolvimento?
Eu guardo como sonho. O que pode-se perguntar é se as condições para esse sonho estão favoráveis. Não estão. Estamos vivendo um momento de perda de identidade. Nós estamos em um processo de abrir mão das ideias em torno da nossa identidade nacional.
Quem é o agente político que empreende esse ataque à identidade nacional?
Não sei se há um agente mobilizado apenas por essa ideia. Existem várias visões, que convergem na ideia de abandonar o conceito de nação. Há uma vasta esfera de interesses localizada nas conexões que cada fração de capital guarda com frações de capital fora do país. Existem frações que têm acesso privilegiado a frações dominantes fora do Brasil. Não há uma padronização nisso. O que há de forma absolutamente inequívoca é a ideia de que a solução existe apenas para si e os outros que se lixem.
Fonte: RBA
12.09.17
-
Para Belluzzo e Delfim, política de ajuste de Temer é insana e Brasil voltou a ser colônia
A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP reuniu, na noite de ontem (11), os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Delfim Netto para debater a crise brasileira, em mais um painel do seminário internacional “As Razões do Agir: universidade e sociedade na crise da globalização”, iniciado em agosto. No módulo “A agenda brasileira: superando a miséria da crítica”, os economistas concordaram ao apontar que as perspectivas para o Brasil estão longe de permitir análises otimistas.
Para Belluzzo, a atual política econômica de ajuste fiscal do governo Michel Temer é “uma coisa de insensatez”. “Não entra na minha cabeça fazer um ajuste fiscal e cortar o investimento desse jeito. Isso não existe. É uma coisa insana.”
“Voltamos a ser colônia. Os economistas que estiveram no poder conseguiram”, disse Delfim. “Não adianta discutir. Se o Brasil não voltar a se pensar 25 anos à frente, não vamos sair desse enrosco.”
Belluzzo voltou a criticar a repetição dos conceitos macroeconômicos por economistas e as citações intermináveis desses conceitos pela mídia, citando particularmente a GloboNews, como se fossem verdade absoluta. “O que chamamos de macroeconomia é de um nível de abstração e incapacidade de se comunicar com o mundo concreto que é assustador.” Segundo ele, alguns autores consideram que a macroeconomia “virou uma forma de controle da sociedade, e não (serve para) explicá-la.”
Na opinião de Belluzzo, sem investimento, situação agravada com a Emenda Constitucional 95/2016 (conhecida como a emenda do teto dos gastos), no longo prazo, a economia não tem mecanismos que a façam avançar. Para piorar a situação, “a composição da carga tributária é muito iníqua e injusta, e repousa sobre impostos indiretos, mais ou menos 55% da carga, o que reforça a má distribuição da renda”, disse.
Segundo Belluzzo, o Brasil conseguiu chegar a ser um país industrializado porque tinha “desenho institucional”. Para se desenvolver, a indústria do país se beneficiou da “sinergia” que funcionou entre Estado, empresa pública, empresa privada e estrangeira, que vem desde os anos 30. “Tínhamos uma organização que não era perfeita, mas suficiente para garantir a expansão. Nos anos 90, destruímos esse arranjo. O que assistimos hoje é a tentativa desesperada de se achar uma fórmula para encontrar um mercado que não existe”, disse Belluzzo, sobre as políticas adotadas a partir do chamado Consenso de Washington.
Delfim Netto afirmou que os valores necessários à “sociedade que queremos” estão na Constituição Federal de 1988: plena liberdade individual, igualdade de oportunidades e eficiência produtiva. Para isso, defendeu, “precisamos de um Estado forte, regulado pela Constituição.”
Para Delfim, a atual conjuntura mais uma vez comprova que, quando o sistema financeiro se apropria da economia real, o investimento acaba. “Criou-se uma sociedade de rentistas. Começou com Reagan imitando a Thatcher. Convenceram o Reagan que o mercado era um mecanismo perfeito”, disse, em referência ao ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan (1981-1989) e à ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher (1979-1990).
Apesar de tudo, disse Delfim, “o Brasil não é um fracasso: com toda essa confusão, somos a sexta economia do mundo”. Em sua avaliação, “a maior desgraça que nos aconteceu foi usar o câmbio para combater a inflação. Não é possível manter o câmbio flutuante, foi isso que destruiu a indústria. Câmbio, salário e juros são coisas muito sérias para deixar na mão do mercado”, afirmou.
Belluzzo concordou. “Eles estão deixando o câmbio valorizar de novo. Isso significa um desastre para a indústria brasileira.” Para ele, a ex-presidente Dilma Rousseff cometeu “um desatino”, ao nomear Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda após ganhar as eleições em 2014. “Joaquim Levy é uma boa pessoa. Meu tio também é, mas eu não o chamaria para ser ministro da Fazenda”, brincou. Depois do choque de tarifas, a inflação explodiu e “a economia capotou”.
Na opinião de Belluzzo, no percurso após a crise mundial de 2008 e 2009, a reação brasileira foi positiva. Depois do agravamento da crise na Europa em 2011, “começamos a reagir de maneira imprópria, começaram a correr atrás do crescimento de maneira inadequada”, disse. Segundo ele, as desonerações exemplificam essa situação.
Fonte: RBA
12.09.17
-
#PrimaveraDeLutas: CTB organiza ampla agenda de luta em defesa do emprego
A CTB, junto com as demais centrais sindicais (UGT, Força Sindical, Nova Central e CSB), organiza ampla agenda de luta em defesa do emprego. Batizada de #PrimaveraDeLutas, a proposta é se somar às diferentes categorias e movimentar o país em torno de uma agenda que impulsione a retomada do crescimento com geração de emprego e distribuição da renda.
As flores não calam
No próximo dia 22 de setembro, às 10h, na frente do Masp, na Avenida Paulista, uma manifestação lúdica para marcar o início da Primavera. Confirme sua presença em nosso evento no Facebook.
Atos pelo Brasil
“A CTB orienta toda a sua base a realizar atos no mesmo dia nas capitais de todo o Brasil. A complexa conjuntura cobra vigilância e organicidade. O que nos une é a luta em defesa de direitos, de um projeto de retomada do crescimento e o fortalecimento do movimento sindical”, indicou o presidente Nacional da CTB, Adilson Araújo, ao convocar toda a base classista para mais essa jornada.
E completou: “A CTB seguirá vigilante e mobilizada, focada da construção de para enfrentar os desafios da luta política em curso”.
Serviço:
Brasília
– Entrega de Manifesto em Defesa do Emprego
* Promoção: centrais sindicais (CTB, UGT, Força Sindical, Nova Central e CSB)
* Data: 12 de setembro
* Local: Palácio do PlanaltoSão Paulo
– Dia Nacional de Luta, Protesto e Greve
* Promoção: Campanha “Brasil Metalúrgico”
* Data: 14 de setembro (durante todo o dia)
* Local: em todo o Brasil– Encontro de Lideranças Sindicais CTB
* Promoção: CTB
* Data: 18 de setembro, às 9 horas
* Local: Sede Nacional da CTB, Rua Cardoso de Almeida, 1843, Sumaré.– Primavera de Lutas – Pela Retomada do Crescimento, em Defesa do Emprego e contra a Retirada dos Direitos
* Promoção: centrais sindicais (CTB, UGT, Força Sindical, Nova Central e CSB)
* Data: 22 de setembro, às 10 horas
* Local: em frente ao Masp (Avenida Paulista, 1578 – São Paulo)– Plenária Nacional dos Trabalhadores da Indústria
* Promoção: Campanha “Brasil Metalúrgico”
* Data: 29 de setembro, às 10 horas
* Local: CMTC Clube (Av. Cruzeiro do Sul, 808 – São Paulo)Portal CTB
12.09.17
-
PF vê indícios de crime de corrupção de Temer e partidários
12.09.17
-
Terceirização: Estudo quer esconder exploração contra trabalhador
12.09.17
-
Em defesa do emprego e pela retomada do crescimento, CTB vai a Brasília nesta terça (12)
12.09.17
-
Pedreiros cobram direitos trabalhistas por infrações em obras na Justiça do Trabalho
Pedreiros e azulejistas trabalhavam sem carteira assinada e sem receber horas extras em prédios da Justiça do Trabalhoenquanto, dentro de seus gabinetes, juízes decidiam sobre direitos de outros trabalhadores. Eles afirmam que a jornada ultrapassava o máximo permitido e que não havia descanso nos finais de semana durante reformas de tribunais em três cidades do interior de São Paulo: Campinas, Cruzeiro e São José dos Campos.
Agora eles estão de volta aos mesmos tribunais onde trabalharam, mas para pedir por seus direitos. Em nota à reportagem, o Tribunal Regional da 15ª Região (TRT-15), responsável pelos prédios nas três cidades, afirma que não tinha conhecimento e que não compactua com situações que ferem a lei trabalhista.
Um dos trabalhadores, que passou pelos três tribunais, afirma que chegou a trabalhar das sete horas da manhã às nove horas da noite, como ajudante de pedreiro e azulejista. Ele alega que nunca recebeu por essas horas extras, incluindo diversas jornadas durante o final de semana.
O azulejista Maurício Lopes da Silva, que trabalhou na reforma do prédio do Tribunal Regional de Campinas, diz que o encarregado da empresa responsável pela obra os ameaçava de demissão caso falassem sobre sua condição às pessoas no local. “Na hora que a gente ia falar de salário ou de ‘por no pau’, eles falavam que a gente ia perder o emprego. Mas a gente tem família, né?”, lembra Silva, explicando porque permanecia naquela condição.
Ao menos cinco trabalhadores agora movem ações contra os tribunais e as empresas contratadas para fazer a obra: a Consitec, responsável pela obra em Cruzeiro e São José dos Campos, e a OSV, responsável pela reforma em Campinas. Eles pedem, além de danos morais, pagamento das horas extras e verbas rescisórias (pela demissão sem justa causa), férias proporcionais, décimo terceiro e a multa de 40% sobre o FGTS.
As duas empresas foram contactadas por e-mail e por telefone, mas não responderam aos pedidos da reportagem. A Repórter Brasil falou com três desses trabalhadores, que contam ter trabalhado nas duas empresas sem diferenciação.
O depoimento dos trabalhadores corrobora a visão do seu advogado Mario Suzigan. Segundo ele, as duas empresas trabalhavam de maneira interligada, intercambiando mão de obra e material de construção. “O problema disso é que os meus clientes não sabiam exatamente para quem estavam trabalhando – o que dificulta a responsabilização dessas empresas. Além disso, uma empresa joga a responsabilidade para a outra”, afirma.
O advogado Mario Suzigan, que representa cinco trabalhadores, argumenta que o tribunal também deve ser responsabilizado pelos problemas. “Primeiro por ter sido condescendente com as infrações cometidas. Depois, por ter sido responsável pela licitação e pela contratação de empresas que não tinham experiência prévia de fazer obras em prédios federais”.
O Tribunal Regional da 15ª Região, responsável pelos prédios nas três cidades, afirma, em nota enviada à reportagem, que “não compactua com situações que ferem o cumprimento da legislação trabalhista, o que seria um total contrassenso”. O tribunal também esclarece que “nos autos processuais, um dos trabalhadores testemunhou que era coagido a mentir aos membros do TRT acerca do cumprimento das leis trabalhistas sob pena de demissão”.
A instituição afirma ainda que sempre zelou pela integridade dos trabalhadores, que fiscalizou o uso correto de equipamentos de proteção individual e que perguntava aos trabalhadores sobre sua “regularidade trabalhista”. Segundo o tribunal, os trabalhadores nunca se queixaram ou fizeram reclamações.
Fonte: RBA
11.09.17
-
Fachin decide que STF julgará se Janot é suspeito para denunciar Temer
11.09.17
-
Quase 3 milhões de brasileiros procuram emprego há mais de dois anos
11.09.17
-
Centrais discutem retomada do crescimento econômico, dia 12, em Brasília
11.09.17
-
Informalidade expõe a falta de perspectiva e o avanço da precarização
04.09.17
-
Movimentos por Moradia protestam contra mudanças da Prefeitura no recadastramento do MCMV
O Fórum dos Movimentos de Moradia, composto pelos principais movimentos de luta por moradia do estado da Bahia, realizou ontem, 31, uma marcha até a Prefeitura Municipal de Salvador, no centro. Os movimentos protestam contra as fraudes no processo de seleção dos cadastrados no Programa MCMV (Minha Casa, Minha Vida), que, segundo o Fórum, tem privilegiado aliados políticos (da Prefeitura) e prejudicado mais de 100 mil inscritos no Programa.
Na oportunidade, os Movimentos protestaram também contra o presidente golpista Michel Temer, que, além de implantar uma política de desmonte do país (venda de estatais, decreto que acaba com reserva ambiental na Amazônia, etc.), tem acabado com os direitos trabalhistas (reformas trabalhista, lei da terceirização, etc.) e as conquistas sociais, como o Programa Minha Casa Minha Vida.
No último dia 27 de julho, os movimentos de luta por moradia apresentaram uma representação junto ao Ministério Público Federal pedindo para que o órgão investigasse o caso (leia aqui). O Fórum de Luta por Moradia informa que estará em mobilização permanente para acompanhar o processo.
04.09.17
-
IBGE: Desemprego no país cai para 12,8%, com crescimento da informalidade
A taxa de desemprego no país caiu 0,8 ponto percentual na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre de 2017. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre maio e julho deste ano o percentual de trabalhadores de sem emprego recuou para 12,8%, frente aos 13,6% registrados entre os meses de fevereiro e abril.
Na comparação com o mesmo período de 2016, o total de pessoas sem emprego aumentou em 1,5 milhão, quando a taxa de desemprego registrada foi de 11,6%. O número de pessoas ocupadas, atualmente, aumentou em 1,6% em relação ao trimestre anterior (total de 90,7 milhões), mas não cresceu na comparação com o ano passado.
Os dados da Pnad revelam que a queda recente no desemprego se deu em função do aumento da informalidade, já que o total de trabalhadores com carteira assinada manteve-se estável, em 33,3 milhões.
O número de empregados sem carteira cresceu 4,6%, em relação ao trimestre anterior, com mais 468 mil pessoas trabalhando sem registro, neste período, totalizando 10,7 milhões de pessoas. Em relação a 2016, esse número é 5,6% maior. Já os que trabalham por conta própria somaram mais 1,6% sobre o outro trimestre, totalizando 22,6 milhões de autônomos no país, número similar ao registrado no ano passado.
Com a piora na qualidade das vagas, o rendimento médio do trabalhador não acompanhou o crescimento. No último trimestre, a remuneração média recebida pelo trabalhador foi de R$ 2.106, enquanto nos três meses anteriores o valor registrado foi de R$ 2.111. Há um ano, o rendimento médio era de R$ 2.045. Mas, com o aumento do número de pessoas trabalhando, a massa total de rendimentos subiu de R$ 183,6 bilhões para R$ 186,1 bilhões.
Por setor, a administração pública foi responsável pela criação de 592 mil empregos (alta de 3,9%), a indústria somou 425 mil novos postos (alta de 3,7%) e o comércio acumulou 226 mil novas vagas (alta de 1,3%). Na comparação com 2016, o setor da construção civil registrou queda de 8,5% (menos 623 mil pessoas), e as vagas na agricultura retraíram 8,0% (- 749 mil pessoas).
Fonte: RBA
01.09.17
-
Número de mulheres presas no Brasil cresce 700% em 16 anos
01.09.17
-
“Lava jato passou dos limites”, afirma subprocuradora da República
01.09.17
-
“Tudo o que nós mulheres conquistamos está em risco”
01.09.17
-
Movimentos: Reagir nas ruas contra descrença gerada por Temer
01.09.17
-
STF recebe Medida Cautelar contra Reforma Trabalhista; governo terá 5 dias para se manifestar
O STF recebeu nesta quinta-feira (31) uma Medida Cautelar na ADI 5766, que questiona a constitucionalidade da Reforma Trabalhista. O recurso foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República em resposta ao art. 1º da Lei 13.467/17, que aprovou a Reforma.
Apesar de não deferir imediatamente a cautelar, o ministro Luís Roberto Barroso definiu no final do despacho um prazo de alguns dias para que o governo se manifeste. Diz o despacho:
“5. Determino a oitiva do Congresso Nacional, do Exmo. Sr. Presidente da República e do Exmo. Sr. Advogado-Geral da União, nos prazos de 5 (cinco) dias para os dois primeiros e de 3 (três) dias para o último, como facultado pelo art. 10, §1º, da Lei nº 9.868/1999. Após o decurso do prazo, os autos devem retornar à conclusão para a apreciação da cautelar.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade argumenta que as restrições na nova lei violam as garantias constitucionais de amplo acesso à jurisdição e a assistência judiciária integral aos necessitados, além de propiciar condições degradantes de trabalho.
“Penso que devemos utilizar todas as possibilidades na reversão na retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Mas só a mobilização popular e a ocupação das ruas fará com que retomemos o que nos foi roubado: a democracia, a constituição federal, a CLT”, disse a presidenta da CTB-MG, Valéria Morato.
Depois das oitivas, a Medida Cautelar retornará ao STF para apreciação. De acordo com o assessor jurídico da CTB, Magnus Farkatt, a inconstitucionalidade da Reforma é flagrante, e deve impedí-la de entrar em vigência. A análise completa de Farkatt pode ser assistida em alta resolução no canal da CTB no YouTube.
Fonte: Portal CTB
01.09.17
-
Ao completar um ano do impeachment, a crise se aprofunda e os direitos se perdem
01.09.17
-
Adilson Araújo: CTB convoca primavera de lutas
31.08.17
-
Consultoria ambiental é condenada por fornecer quentinhas com comida estragada
31.08.17
-
Eletricista que contraiu malária em Angola receberá indenização relativa a estabilidade no emprego
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a KPS Tecnologia Elétrica e Instrumentação Ltda. e a Construtora Norberto Odebrecht S.A. ao pagamento de indenização correspondente à estabilidade provisória a um eletricista que contraiu malária quando prestava serviços em Angola e foi dispensado logo depois de retornar ao Brasil. Segundo a Turma, a malária é uma das doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com o trabalho.
O empregado contou que foi transferido para trabalhar em obra localizada em Águas de Benguela, no país africano, e foi acometido de malária com reincidências posteriores. De volta ao Brasil, permaneceu em tratamento médico e trabalhou até ser demitido, sem receber as devidas verbas trabalhistas. Alegando que não poderia ser dispensado devido à estabilidade no emprego em decorrência da doença contraída no local de trabalho, pediu a indenização equivalente aos salários do período estabilitário.
Os juízos de primeiro e segundo graus indeferiram a verba indenizatória, por considerar fato notório que a malária é doença endêmica em Angola. Para o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), a mera prestação de serviços em local endêmico, sem que a natureza do trabalho tenha importado no contato direto com o vetor da doença, não permite reconhecer a sua natureza acidentária, principalmente porque os afastamentos do trabalho não foram superiores a 15 dias consecutivos.
No recurso para o TST, o eletricista alegou que a doença é ocupacional e, portanto, tem direito à estabilidade provisória no emprego. Ao examinar o apelo, o ministro Maurício Godinho Delgado, relator, assinalou que, para a concessão da estabilidade provisória decorrente de acidente de trabalho ou doença ocupacional a ele equiparada, não é necessário a ocorrência de afastamento superior a 15 dias e a percepção do auxílio-doença acidentário, quando o acidente ou doença tenha relação de causalidade com a execução do contrato de trabalho (Súmula 378, item II, do TST).
Anotou ainda que o Decreto 3.048/99, que regulamenta a Previdência Social, considera a malária como uma das “doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com o trabalho”. Assim, deferiu a estabilidade acidentária ao trabalhador e condenou as empresas ao pagamento de indenização referente ao período compreendido entre a data da sua dispensa e o término do período estabilitário, nos termos da Súmula 396, item I, do TST.
Fonte: TST
31.08.17
-
População brasileira passa de 207,7 milhões em 2017
31.08.17
-
Justiça proíbe exigência de exame Papanicolau para aprovadas em concurso do INSS
31.08.17
-
Violência doméstica, as raízes no machismo e as consequências sociais
31.08.17
-
“Partidos não conseguem mirar um horizonte além de 2018”, diz Orlando
31.08.17
-
Eletrobras: Privatização precarizou trabalhador e piorou os serviços
Gustavo Teixeira, do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontou em entrevista ao Portal Vermelho que a privatização na distribuição de energia elétrica nos anos 1990 ocorreu às custas da precarização das condições de trabalho e baixa qualidade dos serviços. Ele é convidado da audiência pública “A reorganização do setor elétrico e as suas consequências” nesta quinta-feira (31), às 9h, na Câmara dos Deputados. Acompanhe ao vivo AQUI.
O Ministério das Minas e Energia anunciou que vai propor a privatização da Eletrobras ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Isto significa a diminuição da presença do Estado na empresa, atualmente de 59,71%, que passaria a 47%. O governo de Michel Temer quer arrecadar R$ 20 bilhões abrindo mão da estatal para fazer caixa para cobrir o rombo de R$ 159 bilhões nas contas públicas. O governo usa o argumento da eficiência para justificar a privatização e garante que não haverá aumento de tarifa.
“A Celpa [companhia de eletricidade do Pará] foi privatizada no ano de 1998 – é a concessionária com a maior tarifa, num estado que tem um dos menores rendimentos per capita do país. É também uma das concessionárias com o maior número de mortes na rede, o que expressa a péssima qualidade do serviço: em 2015 foram 14 óbitos (5% do total), sendo 8 de trabalhadores terceirizados”, informou Gustavo.
Aneel: aumento de 16% na tarifa
“As empresas estatais são tão eficientes que vendem a energia mais barata do setor elétrico”, complementou o vice-presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Nailor Gato. Ele também é um dos convidados da audiência na Câmara.
“A média de preço de venda de energia das 47 hidrelétricas é de R$ 60 o megawatt. A projeção é que as privadas aumentem essa venda em três vezes e meio para R$ 200 o megawatt. Como não vai subir o valor da tarifa?”, questionou o dirigente em entrevista ao Portal Vermelho.
O aumento da tarifa é assegurado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que prevê um aumento da tarifa em até 16% caso ocorra a privatização. Em desmentido público, o presidente da agência, Romeu Rufino, afirmou: “Quem mais entende de tarifa é a Aneel. A Aneel é que tem responsabilidade legal de definir tarifa. Não é um palpite. Isso [aumento da tarifa] com certeza acontecerá”.
População com acesso ao serviço de energia
Nailor afirmou que a visão que o movimento social tem de eficiência é exatamente garantir o acesso da população a serviços básicos. Segundo ele, o objetivo das privadas é o lucro em condições de superexploração da mão de obra.“Quem disse que as estatais têm que dar lucro? Temos uma proposta de que o excedente do que é usado para cobrir a tarifa seja revertido em um fundo social para aplicação em saúde e educação”, disse Nailor.
Além do aumento da tarifa, Gustavo enfatizou que a privatização da Eletrobras resultará em perda da autonomia energética do Brasil. “São severas as implicações para a soberania energética e hídrica, decorrente da transferência do controle das principais usinas hidroelétricas para empresas estatais estrangeiras, chinesas, por exemplo. Perda do protagonismo no processo de integração energética da América Latina.”
Vidas em risco
A terceirização da mão de obra no setor elétrico é uma das marcas da privatização dos anos 1990, afirma nota técnica do Dieese divulgada em março deste ano. “Em decorrência do processo de privatização no segmento de distribuição no início dos anos 2000 e do aumento da terceirização, infelizmente muitos trabalhadores atuam sem as condições básicas para a função (segurança e treinamento). Já foram registrados casos de trabalhadores terceirizados em condição análoga ao trabalho escravo”, completou Gustavo.
SERVIÇO
Audiência: A reorganização do setor elétrico e suas consequências
Dia: 31 de agosto (quinta-feira)
Hora: 9h
Local: Plenário 8 anexo II31.08.17
-
Dirigentes da FETRACOM-BASE são eleitos para a nova Direção Nacional da CTB para a gestão 2017/2021
Após dois dias de reuniões, palestras e debates, os 1,2 mil delegados e delegadas reunidos no Hotel Stella Maris, em Salvador, elegeram a nova direção nacional da CTB neste sábado (26).
A chapa continua sendo presidida pelo atual presidente nacional Adilson Araújo, que inicia sua segunda gestão à frente da entidade. O secretário de Finanças da FETRACOM-BASE, Raimundo Brito e a secretária de Relações Internacionais, Lúcia Maia, foram eleitos para a Executiva Nacional da CTB. Após a eleição e ratificação da nova chapa, Adilson fez o discurso de encerramento do congresso.
Agradeceu aos parceiros na jornada de construção da CTB e à equipe que ajudou na realização deste congresso, e depois fez uma análise da conjuntura do país e dos planos da central.
“O povo precisa ser conscientizado. Não podemos transformar nossos sindicatos em escritórios. É muito gratificante pra mim dar condução a esse proejto, vamos ter de fortalecer mais e mais o nosso elo. E nossa unidade e laços de solidariedade. Compor a direção supõe fortalecer cada vez mais a nossa intervenção na sociedade”, disse o presidente.
Leia mais: 4º Congresso Nacional: a classe trabalhadora é a força motriz do nosso país, diz Adilson Araújo
A nova direção renovou alguns quadros e criou algumas novas secretarias, como a secretaria de Política Educacional, a secretaria de Assuntos Socioeconômicos e a secretaria do Assalariado Rural. No total, são 122 integrantes, sendo que 39 dirigentes são mulheres.
Entre as principais mudanças no quadro de dirigentes, Marilene Betros irá comandar a nova secretaria de Política Educacional.
Celina Arêas assume a secretaria da Mulher Trabalhadora, Ivânia Pereira passa à vice-presidência, o cetebista Ronaldo Leite fica à frente da secretaria de Formação e Cultura, Sérgio de Miranda assume a secretaria de Finanças, Adriano, da Fetag, vai para secretaria de Política Agrária e Nivaldo Santana assume a secretaria de Relações Internacionais.
A secretaria da Previdência passa ao dirigente Tadeu Paranatinga, a secretaria de Assuntos Jurídicos ao portuário Mario Teixeira, a de Políticas Sociais à dirigentes da Fetag Vânia Marque e a secretaria da Juventude será comandada pela bancária gaúcha Luiza Bezerra.
Confira abaixo a composição completa da Direção Nacional da entidade:
EXECUTIVA Item Função Nome Entidade UF 1 Presidência Adilson Araújo Sind Bancários BA 2 Vice-presidência Ivânia Pereira Sind Bancários SE 3 Vice-presidência Vilson Luiz FETAEMG MG 4 Vice-presidência José Adilson Sind Estiva ES 5 Vice-presidência Joilson Cardoso CEPE RJ 6 Vice-presidência Divanilton SINDIPETRO RN 7 Vice-presidência Claudemir Nonato de Santana APLB BA 8 Secretaria-geral Wagner Gomes Sind Metroviários SP 9 Sec-geral Adj. Kàtia Gaivoto SEP-RJ MG 10 Secretaria Finanças Sergio de Miranda FETAG RS 11 Sec. Finanças Adj. Pedro Mesquita Sind Marceneiros SP 12 Sec. Relações Inter. Nivaldo Santana SINTAEMA SP 13 Sec. Relações Inter. Adj Carlos Miller SINDMAR RJ 14 Sec. Juventude Luiza Bezerra Sind Bancários RS 15 Secret Juventude Adj Marilena FETAG MG 16 Sec. Saúde Trab. Elgiane Fátima Lago STR RS 17 Sec. Comunicação Raimunda Gomes SINTEAM AM 18 Sec. Meio Ambiente Rosemari FETAG/CONTAG MA 19 Sec. Meio Amb. Adj. Mario Porto Urbanitários RJ 20 Sec. Política Educacional Marilene APLB BA 21 Secretaria Formação Ronaldo Leite SINTECT/Correios RJ 22 Sec. Políticas Sociais Vânia FETAG BA 23 Sec. De Assuntos Soc Economico Humberto Urbanitários RJ 24 Sec. Mulher Celina SINPRO MG 25 Secret Mulher Adj Aires FETAG SE 26 Secretaria Previdência Tadeu Paranatinga Servidores Municipais de Campinas SP 27 Sec. Assuntos Juridicos Mario Teixeira Portuário DF 28 Sec. Igualdade Racial Monica SITM RJ 29 Sec. Relações Institucionais Vicente Selistre Sind Sapateiros RS 30 Sec. Agric/Agrária Adriano FETAG SC 31 Sec. Serviço Público João Paulo Serviço Público Federal DF 32 Sec. Serv. Públ. Adj Marcos FESEP RJ 33 Secret Assalariado Rural Valdinir FETAG MS 34 Sec. Relações do Trabalho Paulo Vinicius Sind Bancários DF 35 Executiva Pascoal Carneiro STIM/CTB-BA BA 36 Executiva Alberto Broch CONTAG RS 37 Executiva Valeria Morato SINPRO/CTB-MG MG 38 Executiva Guiomar Vidor FECOSUL/CTB-RS RS 39 Executiva Ricardo Ponzi FNTAA RJ 40 Executiva Raimundo SINPROESEMA MA 41 Executiva Ana Paula Sind Comerciários RJ 42 Executiva Fábio Mattos Trabalhadores Educação PI 43 Executiva Rene Vicente SINTAEMA/CTB-SP SP 44 Executiva Jesus STIM RJ 45 Executiva Elizângela FETAG PI 46 Executiva Raimundo Brito Sind Construção Civil BA 47 Executiva Marcelino FITMETAL MG 48 Executiva Luís Rodrigues Penteado FNTAA RJ 49 Executiva Julio Bonfim STIM/Camaçari BA 50 Executiva Oliveira Federação dos Comerciários BA 51 Executiva David FETAG BA 52 Executiva Paulinho Sindsama/CTB-RJ RJ 53 Executiva Lucileide Domésticas PA 54 Executiva Onofre Metroviários SP 55 Executiva Claudete SEDIN SP 56 Executiva Marcelo da Silveira Freitas Sind Sapateiros / Campo Bom RS DIREÇÃO PLENA Item Função Dirigente Entidade UF 1 Plena Inalba SINDSAUDE BA 2 Plena Ives Cursino Petroleiro RN 3 Plena Isis Tavares SINTEAM AM 4 Plena Isaac FETAESP SP 5 Plena Assis STIM/Caxias do Sul RS 6 Plena Ronald Fenafar SC 7 Plena Hildinete SINPROESEMA MA 8 Plena Fabiano Reis SINDIJUS MS 9 Plena Chileno SINPRO/Campinas SP 10 Plena Isabel Crisitna Alves Lima SINPROESSEMA MA 11 Plena Diviza SINTECT/Correios SP 12 Plena Lenir STR de Vanini RS 13 Plena Marcio Ayer SEC RJ 14 Plena Gilson Reis CONTEE MG 15 Plena Sinval Costa Sind Trabalhadores Entidades Profissionais AL 16 Plena Maria Andrade Sind Assistente Social CE 17 Plena Rui Oliveira APLB BA 18 Plena Monsani STIM/Caxias do Sul RS 19 Plena Fatinha SINDIFES GO 20 Plena Igo Menezes Servidor Público / Belford Roxo RJ 21 Plena Rogerlan SAAE MG 22 Plena Ednei Urbanitários AM 23 Plena Valéria Educação PE 24 Plena James Figueiredo Sind Policia Civil AM 25 Plena Gilda Almeida FENAFAR SP 26 Plena Augusto Vasconcelos Sind Bancários BA 27 Plena Alex STIM/Betim MG 28 Plena Gabriel FETAR RS 29 Plena Vitor Eletricitários DF 30 Plena José Gonçalves Serviço Público PB 31 Plena Ivanir Sind Comerciários RS 32 Plena Taisa FETAG MS 33 Plena Romualdo Vigilantes MG 34 Plena Ronaldão SINTECT/Correios RJ 35 Plena Zezé FENAJUD BA 36 Plena Francisco de Assis Urbanitários PA 37 Plena Todson STIM/Carlos Barbosa RS 38 Plena Henrique Urbanitarios RS 39 Plena Lucimara ASSUFBA BA 40 Plena Moacir de Paula Mafra S. Assalariados Rural de Rondonópolis MT 41 Plena João Batista Lemos STIM/Anistia RJ 42 Plena Nara Texeira CONTEE MT 43 Plena Paulo Sérgio Sind Condutores/Americana SP 44 Plena André Alves SINDLEGIS DF 45 Plena Aurino STIM/Camaçari BA 46 Plena Eduardo Navarro Bancários BA 47 Plena Mário Ferrari Médicos PR 48 Plena Fabiana STR de Magé RJ 49 Plena Lúcia Maia Sintracon BA 50 Plena Jonas Sinpro ES 51 Plena Luiz Américo Prereira Câmara SINDMEDICOS BA 52 Plena Luiz Serafim Sind Profissionais da UERJ RJ 53 Plena Cátia Branco Bancários RJ 54 Plena Claudean Pereira Lima Sind Enfermeiros TO 55 Plena Mário Maia da Silva SEEADON-CE 55 Plena Zé Rodrigues FETAG PE 56 Plena Fernando Luiz Federação Pescadores MA 57 Plena Geogina Delmondes dos Reis e Silva Rurais PE 58 Plena Luiz Ary Gin Presidente FETIEP PR 59 Plena Cleber CTB/PA PA CONSELHO FISCAL – TITULAR Item Função Dirigente Entidade UF 1 Conselho Fiscal Rogério Nunes Assistência Social CE 2 Conselho Fiscal Claudia Bueno Municipários de Campinas SP 3 Conselho Fiscal Juraci FETAG MG CONSELHO FISCAL – SUPLENTE Item Função Dirigente Entidade UF 1 Conselho Fiscal Suplente Mara SINPRO/Sorocaba SP 2 Conselho Fiscal Suplente Zefinha FETAG BA 3 Conselho Fiscal Suplente Maria Raimunda Olivera Santana Educação BA 28.08.17
-
Justiça Federal na Bahia condena empresa de amianto por danos coletivos
28.08.17
-
Empresa que não paga vale-transporte deve comprovar a renúncia expressa do trabalhador
28.08.17
-
VI Encontro Nacional do Ramo da Construção da CTB discute alternativas para retomada do setor
22.08.17
-
Mais de 1.200 sindicalistas estarão em Salvador para o 4º Congresso Nacional
22.08.17
-
Estatuto do Trabalho partirá de relatório contra a reforma trabalhista, anuncia Paim
A proposta de criação de um Estatuto do Trabalho, que está sendo discutida em uma subcomissão da Comissão de Direitos Humanos (CDH), deverá ter como ponto de partida o relatório aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em junho contra a reforma trabalhista, posteriormente sancionada pelo presidente Michel Temer em julho após aprovação pelo Plenário do Senado (Lei 13.467).
O anúncio foi feito pelo relator da subcomissão, senador Paulo Paim (PT-RS), durante audiência do colegiado nesta sexta-feira (18). O texto aprovado pela CAS rejeitava na íntegra o projeto do governo, analisando-o artigo por artigo.
Paim informou que o estatuto deverá ser apresentado ao Senado em meados do próximo ano, depois que a subcomissão percorrer todos os estados ouvindo a sociedade em busca do aprimoramento do texto.
– Não me iludo: sei que é impossível o atual Congresso aprovar um projeto como este. Nosso objetivo é batalharmos por sua efetivação a partir do Parlamento que sairá das urnas no processo eleitoral de 2018 – esclareceu o senador
Críticas
A reforma trabalhista, que entrará em vigor a partir do dia 13 de novembro, foi criticada por todos os participantes da audiência.
Para Alexandre Caso, da Intersindical, o Estatuto do Trabalho pode ser a oportunidade para que a sociedade recomponha a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Lei 5.452), que, em sua avaliação, foi “completamente desfigurada” pelo texto aprovado pelo Congresso. Ele também lamenta que o setor bancário, entre outros, já esteja demitindo buscando a recontratação dentro do novo marco legal, que ele entende ser “mais precarizado”.
Marcio Amazonas, chefe da assessoria jurídica da Procuradoria-Geral do Trabalho (PGT), entende que a Lei 13.467 tem inúmeros dispositivos inconstitucionais, como a tarifação do dano moral.
– Um dos pilares dessa indenização é considerar o salário daquele que sofreu o dano, o que provoca situações absurdas. Se um executivo que ganhe 13 mil por mês perder um dedo, ele terá uma indenização superior ao trabalhador que perder a vida, caso este receba um salário mínimo – lamentou o jurista, que considera este artigo “a síntese” de uma reforma que despreza o trabalhador.
Outra situação apontada por Amazonas como “ilegal e absurda” na tarifação do dano moral é que o trabalhador que sofrer um acidente em seu local de trabalho terá uma indenização menor que um consumidor que passar pela mesma situação, caso ocorra dentro da mesma empresa.
Hugo Melo, presidente da Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho, também considera a reforma sancionada inconstitucional, dentre outras razões por infringir inúmeros acordos assinados pelo Brasil no âmbito do Mercosul e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Combate
O presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Carlos Fernando, pediu a mobilização da classe trabalhadora contra propostas em tramitação no Senado que no seu entender são “um passo adiante” na precarização de direitos, já apontada pela reforma trabalhista.
Ele citou especificamente o PLS 280/2017, de Antonio Anastasia (PSDB-MG) e o PLS 149/2014, de Cidinho Santos (PR-MT). O auditor-fiscal alega que a proposta de Anastasia delega à iniciativa privada o poder de polícia relacionado à fiscalização da legislação, e o projeto de Cidinho instaura o conceito de “dupla visita” para todas as inspeções de trabalho.
– A ‘dupla visita’ é uma exceção, existe para socorrer os pequenos empregadores. Se você estender este conceito para todas as empresas, então a Petrobras, a Odebrecht, a OAS e todas as outras grandes empresas deste país poderão alegar o desconhecimento da legislação no caso de uma primeira inspeção, para não serem autuadas – criticou.
Paim também criticou a proposta, lembrando que um cidadão comum não pode alegar o desconhecimento de uma legislação específica quando investigado pelo eventual cometimento de algum crime.
No que se refere ao PLS 280/2017, Paim entende que sua aprovação criará o risco de as empresas pagarem o fiscal que irá fiscalizá-las, por meio de processos de terceirização. Ele lembra que um projeto semelhante já foi aprovado pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, e o Ministério da Agricultura também já iniciou um procedimento semelhante de forma temporária.
Fonte:
21.08.17
-
Fiscalização do trabalho escravo e infantil será tema de audiência pública
As dificuldades no combate ao trabalho escravo e infantil serão tema de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta segunda-feira (21). Cortes orçamentários podem afetar as ações de fiscalização e atendimento de denúncias. O Ministério do Trabalho foi um dos mais afetados.
De acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do pedido de audiência, o corte de verbas “vai precarizar ainda mais as condições de trabalho, sucatear órgãos de investigação e, por fim, inviabilizar o combate ao trabalho escravo e infantil”.
O senador defende que a atuação em campo dos fiscais depende de auxílios de alimentação, serviço adequado de telefonia e combustível. No dia 26 de julho, o Ministério do Trabalho anunciou que, apesar dos cortes divulgados, as operações da pasta para o combate ao trabalho escravo e ao trabalho infantil terão os recursos garantidos e serão mantidas sem cortes nos próximos meses.
Convidados
Para participar do debate foram convidados Carlos Fernando da Silva, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho; Adilson Carvalho, coordenador da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo; Augusta Machado Tamasauskas, membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Polícia Rodoviária Federal; e Néliton Portuguêz de Assunção, presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares do Distrito Federal.
Também deve comparecer à audiência Luiza Cristina Frischeisen, subprocuradora-geral da República e coordenadora da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal. Representantes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério dos Direitos Humanos e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também estão entre os convidados.
A audiência, que será interativa, está marcada para 9h, na sala 13 da Ala Nilo Coelho, no Anexo 2 do Senado. Os interessados podem enviar comentários ou perguntas pelo Portal e-Cidadania ou pelo telefone do Alô Senado (0800 61 2211).
COMO ACOMPANHAR E PARTICIPAR
Participe:
http://bit.ly/audienciainterativaPortal e-Cidadania:
www.senado.gov.br/ecidadaniaAlô Senado (0800-612211) Fonte: Agência Senado
21.08.17