A palavra é sua
Debate Aberto
Raimundo Brito- O crescimento dos setor da construção e mobiliário e sua expansão
No Brasil, a construção vem sendo a principal fonte de empregabilidade imediata das grandes massas de trabalhadores e a perspectiva é de crescimento. Hoje, já somos mais de 3,3 milhões trabalhadores formais no país e podemos chegar aos 6 milhões, em 2016. O governo federal, através dos programas de investimentos em infraestrutura, como é o caso do Plano Brasil Maior (que garante recursos e incentivos fiscais e financeiros), prevê investimentos no setor, até 2022.
Segundo levantamento do Ministério do Desenvolvimento Industrial, o setor deverá crescer até 2022, em média, 6,1% ao ano; o ganho de produtividade deverá ser da ordem de 3% e a participação no PIB brasileiro poderá sair de 8% para 9,5% ao ano. Tudo isso, por conta da forte expansão da oferta de recursos para o setor imobiliário, como o incremento do crédito e do financiamento habitacional, além de subsídios através de programas do governo federal, para habitação de interesse social e o crescimento de investimentos em infraestrutura (PAC I e II), são horizontes favoráveis à continuidade.
Junto com o crescimento, aparecem também as dificuldades e temos que ficar atentos! Uma das principais dificuldades será o aumento das micro e pequenas empresas, ou seja, o aumento das “gatas”, o que, consequentemente, aumentará a terceirização, principalmente nas grandes obras, com a exploração da massa menos informada, sob o pretexto da falta de trabalhadores qualificados, o envelhecimento de boa parte dos operários, aumentando, assim, a mão de obra jovem na categoria.
Com o aumento prolongado no setor, podem surgir: o fenômeno da industrialização de construção, que já é visível, e que é uma orientação governamental; a disputa do interesse patronal também pode aparecer com muita força, com programas de competitividades ainda maiores do que os já existentes.
Uma questão que merece atenção, por parte das entidades da classe, é o largo aumento de mulheres no ramo da construção. É preciso debater sobre a qualificação da mão de obra feminina, que de 2006 para 2010, aumentou 91,73% nas obras. No entanto, ainda significa apenas 7,74% no Brasil e 7,24% no estado da Bahia.
Temos que ocupar todos os espaços possíveis, para interferir de fato nas instâncias nacionais. É fundamental para nossa categoria ficar atenta às mudanças no mundo do trabalho, no que diz respeito aos aspectos técnicos e políticos na formação profissional, nas mudanças tecnológicas, entre outras.
Raimundo Brito é secretário de Finanças da FETRACOM-BA e coordenador Nacional do Ramo da Construção da CTB