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    Indústria não encontrou a trajetória de expansão, aponta CNI

    A indústria ainda não encontrou sua trajetória de retomada de crescimento. A conclusão é da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com base nos dados da Sondagem Industrial no primeiro trimestre de 2013. Segundo o economista-chefe da entidade, Flavio Castelo Branco, o setor ainda não mostra uma tendência clara de recuperação, embora a expectativa seja de aumento da atividade nos próximos meses.

    Segundo a CNI, as seguidas quedas na atividade industrial, ainda em 2012, para ajustar os estoques, aumentaram a ociosidade do parque.

    “A gente ainda não tem uma clareza dessa trajetória e da intensidade dessa trajetória. Ela não está tão firme como se esperava inicialmente”, afirmou.

    Ele destacou que os meses de março costumam ter um nível de atividade mais forte que o deste ano. Mesmo com os estoques ajustados, o crescimento da produção no mês passado foi menor que em março do ano passado, quando a indústria estava com estoques elevados.

    Segundo ele, em 2012, o setor começou com a expectativa de demanda elevada, que foi frustrada e resultou no acúmulo de estoques. “A nossa expectativa é que 2013 tenha trajetória de crescimento, ao contrário de 2012, que foi de redução”.

    Segundo a CNI, as seguidas quedas na atividade industrial, ainda em 2012, para ajustar os estoques fizeram que a ociosidade do parque aumentasse. Por isso, o nível de utilização da capacidade instalada em março também ficou menor que o usual para o mês. “O nível de UCI gera atenção porque é um estímulo mais fraco para novos investimentos”, ressaltou. Por outro lado, o economista disse que “se a demanda se confirmar mais forte, ela se refletirá nas esteiras da produção”, afirmou.

    Impacto da Selic

    Quanto ao aumento de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros, o economista da CNI disse que deverá afetar principalmente o setor industrial, com o aumento do custo financeiro e uma possível valorização do real. “O aumento de juros nunca vai ser bem visto por qualquer segmento produtivo, porque significa aumento do custo financeiro, aumento do custo para os consumidores e, portanto, menor demanda”, afirmou. “A elevação da taxa de juros afeta mais fortemente os preços dos produtos industriais, porque tende a provocar uma valorização do real que prejudicará ainda mais o setor industrial”, reforçou.

    Castelo Branco criticou a ação do governo e afirmou que uma política fiscal menos expansionista proporcionaria juros menores no País. Embora reconheça que a inflação mereça atenção do governo, o economista defendeu um mix diferente de política fiscal e monetária, com redução dos gastos de custeio dos governos federal e estaduais.

    “Podia ter uma combinação de política fiscal e monetária menos danosa. Com um fiscal menos expansionista, a política monetária poderia ser diferente”, disse o economista.

    Castelo Branco disse ainda que o impacto do aumento do juros no setor de serviços, que ajudou a pressionar a inflação no início deste ano, será de mais longo prazo. “À medida que o ciclo de juros se intensifique, porque não acho que será uma vez só, o preço dos serviços também vai ser impactado”, previu. Ele disse que ainda não se sabe a longevidade de novo ciclo de alta da Selic, o que pode ficar mais claro na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana ou na próxima reunião do colegiado em maio.

    Fonte: Diário do Nordeste

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